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Márcia Fervienza

A Dinâmica Psicológica dos Signos no Eixo 1-7: Complementação e Excesso


A Dinâmica Psicológica dos Signos no Eixo 1-7: Complementação e Excesso | Márcia Fervienza Astrologia | Rio de Janeiro

É amplamente sabido dentro de círculos psicológicos (e fora deles) que nos conhecemos através das nossas relações com os outros. O espelho do banheiro, embora eficiente para refletir imperfeições físicas, é péssimo para nos mostrar carências emocionais e psicológicas. E é aqui que entra o relacionamento com o outro. Mas que outro? Não somente o namorado ou amigo, mas absolutamente todos os “outros” da nossa vida, cuja interação fica delineada pelo signo que temos na cúspide da casa 7 do nosso mapa natal, pelos planetas presentes nesta casa e pelos aspectos que estes planetas fazem com outros planetas, pontos e casas do nosso mapa. E a casa 7 do nosso mapa natal, embora seja uma casa lida principalmente para entender como nos relacionamos em casamentos e associações, é uma casa que contem muita informação sobre a gente. Ela não só nos fala sobre o que buscamos nos outros ou o que damos aos outros, mas também indica características da nossa personalidade que muitas vezes não reconhecemos como nossa, seja porque nos desagrada e não queremos vê-las, seja porque nosso sentimento de menos-valia não nos permite incorpora-las e assumir nosso poder através delas.

E é através dessa dinâmica entre as casas 1 e 7 (eu e o outro, respectivamente) que entendemos o princípio dos signos opostos, cuja leitura e entendimento partem da ideia de falta e de complementariedade (aquilo que falta a um o outro tem para oferecer). Assim, dizemos que Virgem e Peixes são perfeitos juntos porque Virgem é totalmente orientado ao lado prático da vida ao passo que Peixes foca no lado subjetivo e energético do Universo. Ou que Áries-Libra funciona muito bem porque Áries prioriza o eu e Libra prioriza o outro. Também partindo dessa ideia nos relacionamos com o mundo desde o principio não somente de que somos imperfeitos, mas de que somos incompletos e de que precisamos de um outro que nos complemente, que venha agregar à nossa personalidade aquilo que nos falta. Ao invés de olhar para o outro como espelho que nos aponta onde precisamos melhorar, buscamos as partes da sua personalidade que acreditamos que faria de nós um ser mais completo, melhor.

Por falar de qualidades e características projetadas, o eixo 1-7 também demonstra o conflito existente entre aquilo que damos ao outro e aquilo que esperamos do outro. Aqui não estamos nos referindo à falta, mas ao excesso. Por exemplo, mulheres com Marte na 7 buscam alguém que reflita as características de Marte: ou seja, alguém dogmático, forte e direto. No entanto, uma mulher com Marte na 7 também expressa as suas qualidades masculinas e marcianas em suas relações amorosas, com o outro significativo de sua vida. O que isso significa? Que ela busca para si alguém forte com quem possa exercer livremente a sua própria força e testar os limites (próprios e alheios). No dia a dia, isso se traduz em uma relação onde a mulher instiga a agressividade do homem através do exercício da própria agressividade, buscando (em algum nível) que ele mostre a ela quem é o homem da relação e “a coloque em seu lugar”. Mas quanto mais ele faz isso, mais ela (com seu Marte projetado) tentará mostrar para ele e para si mesma que não é submissa, o que instigará ainda mais o Marte dele, em um ciclo eterno. Em teoria, a lógica diria: se ela quer alguém com quem possa manifestar a sua própria energia masculina, não seria melhor buscar alguém passivo, que aceite isso? Sim, seria. Mas com Marte na 7 ela não quer alguém passivo e que aceite. Ela busca alguém que seja combativo para que este alguém possa, em certa medida, “combate-la”. Logo, ainda que inconscientemente, ela não só espera como dá ao outro uma agressividade que embora inicialmente possa acender a paixão, no longo prazo pode inviabilizar a relação. Entende o conflito?

E quando temos mais de um signo na nossa casa 7 (por exemplo, um signo na cúspide e outro interceptado) o/eu vários planetas de energias dissimiles? Isso indica que nossas expectativas para o outro da nossa vida são muitas e variadas, e que é bem possível que não consigamos encontrar alguém que atenda a todas elas. Por exemplo, quem tem Sagitário na cúspide e Capricórnio interceptado na 7 pode esperar que seu par seja inteligente, culto, viajado, divertido e livre (Sagitário), mas que também seja estável, constante, seguro de si, sério e maduro (Capricórnio). Ou alguém com Saturno e Urano na 7 pode esperar que seu par seja excêntrico e tradicional, livre e seguro, estável e aventureiro. No caso dos planetas, nem sempre as características serão excludentes entre si, mas em caso de signo interceptado geralmente o são, exigindo que alguém tenha em sua personalidade mais facetas contraditórias do que se vê normalmente por aí. Quando não nos conscientizamos que tudo aquilo são projeções nossas e que possuímos tudo aquilo em nossa personalidade, o que isso gera? Infelicidade, traições, relações poligâmicas, etc.

Embora a ideia inicial de complementação, de que temos almas gêmeas ou de que estamos em busca da outra metade da nossa laranja seja tentadora, é exatamente essa ideia que não só gera desilusões, como nos enfraquece como pessoas e impede o nosso crescimento pessoal. Vemos que muitas relações que começam com a ideia de “eles são perfeitos um pro outro porque são opostos e se complementam” terminam com “eles são tão diferentes que não tinha mesmo como funcionar”. Por que isso? Porque o mapa é um todo que pertence a uma pessoa, e não um conjunto de partes que está distribuída pelo mundo. Entender isso e se apossar daquilo que pertence a gente é fundamental para vivermos relações mais felizes e vivermos vidas mais plenas.

Com tudo isso em mente, eu quis desenvolver um manual rápido sobre o que fazer e o que não fazer ao ler as características descritas pela sua casa 7:

A ideia de que somos incompletos é uma falácia, porque as características representadas pelo signo na cúspide da casa 7 do nosso mapa natal estão no nosso mapa e, portanto, pertencem a gente. Nós nascemos completos, mas projetamos nos outros as nossas características com as quais não estamos familiarizados ou com as quais não nos sentimos confortáveis, sem sequer nos darmos conta disso. É assim que a atração inicial que diz que “os opostos se atraem” acaba se convertendo em fonte de conflito com o tempo, o que é natural, visto que as características que não reconhecemos na gente e estão projetadas são características de certa forma indesejadas (se não o fossem, nas as projetaríamos). Logo, que fique claro que não existe absolutamente nenhuma qualidade representada pelo nosso mapa natal que não nos pertença, que não possa ser manifestada conscientemente e usada em nosso próprio beneficio ou em beneficio dos demais.

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